Porque sinto que a ansiedade é maior do que eu?

Porque sinto que a ansiedade é maior do que eu?

Muitas pessoas que passam por crises de ansiedade tendem a ter a sensação de não possuir o controle, como se aquele sentimento a estive consumindo e fosse muito maior do que ela. Esse pensamento causa ainda mais medo, pois reforça a ideia de que você não conseguirá sair dessa situação, pois não possui recursos para isso. Você já se sentiu assim?

A crise de ansiedade manifesta-se com uma certa intensidade e nem sempre as pessoas percebem do que se trata. Por isso, há a importância de conhecer melhor sobre o assunto e saber identificar sinais de alerta. Assim como, avaliar o que a faz crescer tanto em relação a você.

O foco da crise

Crises de ansiedade envolvem muitas sensações e comportamentos que podem diferenciar de pessoa para pessoa. Mas uma característica marcante é a respiração ofegante, que a medida que continua sendo feita, traz a sensação de falta de ar, de sufocamento e de não conseguir respirar direito. Os pensamentos em torno dessa sensação podem incluir: achar que está morrendo e acreditar que não sairá dessa situação. Esses pensamentos sobre o que está acontecendo no corpo intensificam ainda mais a respiração ofegante e o ciclo continua.

Perceba que o foco central da crise ansiedade é a dificuldade em respirar. Principalmente pelo fato de que não respirar é morrer. Por isso, as pessoas em crise tendem a olhar para essa sensação de falta de ar com mais e mais preocupação, porque acreditam fielmente que estão morrendo.

A ansiedade é maior do que eu?

As emoções nos acompanham desde o nascimento. Somos inundados por elas na infância, sem entender direito o que está acontecendo. Nossos cuidadores fazem o que está ao seu alcance, com base no que receberam e aprenderam para nos ensinar algo em relação a elas. A questão é que, muito provavelmente, os nossos cuidadores não receberam e nem foram ensinados a lidar com suas emoções de uma forma saudável. E por isso, nós também não somos.

Ah, então é culpa dos cuidadores? Não! Nem sempre o contexto permite que eles conheçam essa forma de relação saudável e por isso acabam por repetir os padrões que conhecem. O que eu quero ressaltar aqui é a necessidade de desenvolvermos isso ao longo do nosso crescimento e amadurecimento. Mesmo que depois dos 60 anos, se podemos aperfeiçoar nosso relacionamento com nós mesmos devemos o fazer.

Sentimos que a ansiedade é maior do que nós porque não aprendemos a reconhecer esse sentimento e desenvolver recursos para lidar com ele. Por isso, quando estamos ansiosos – mesmo quando não há crise – não sabemos exatamente o que fazer e não compreendemos o que estamos sentindo.

Aprender a lidar com as emoções de forma saudável é:

  • reconhecer que elas existem: entender que em dadas situações a raiva vai vir com força, você sentirá angústia, você irá sentir ansiedade. Ou seja, não agir como se você não sentisse isso, como se estivesse imune aos sentimentos que você considera negativos.
  • reconhecer o que despertou elas: estudar e avaliar quais os contextos que elas aparecem, que tipo de diálogo faz com que elas aflorem, quais as situações que as despertam. Talvez ouvir uma narrativa preconceituosa realmente desperta raiva ou indignação em você.
  • não ignorá-las: ou seja, não fazer pouco caso delas. Quando suprimimos as emoções e ignoramos, elas podem retomar com muito mais intensidade e nos levar ao que costumamos chamar de “explosão”.
  • acolher a sua vulnerabilidade: Esse é o ponto de entender a importância de deixá-las se manifestarem com SEGURANÇA. Isso não significa fazer tudo o que você está pensando em relação àquele sentimento, mas buscar uma maneira saudável de senti-lo. e expressá-lo.
  • desenvolver recursos próprios para passar por elas de forma saudável: no caminho do autoconhecimento nós vamos descobrindo recursos para lidar com essas emoções. Aprendemos a como expressá-las sem ferir outras pessoas, como sentir e aceitar elas com carinho.

As crises de ansiedade são sim momentos difíceis, não se sinta menor por não conseguir lidar com elas da forma que gostaria ainda. Mas tenha em mente de que elas não são maiores que você e nem definem quem você é. Você não se resumi a elas. A medida que você começa a se perceber e se conhecer melhor, você verá que se sentirá com maior segurança sobre suas emoções. Elas vêm, elas vão e você continua, porque você é maior do que elas.

Espero que esse conteúdo lhe seja auxiliador.

Autor