Ansiedade: pode não ser aquilo que você está imaginando
Há quem diga que a ansiedade é a doença do século e há quem diga que é o mal da humanidade. No entanto, as pessoas pouco buscam compreender essa forma de sentir presente em cada um de nós e acabam por utilizar da nomenclatura para todas as suas afetações.
Diante disso, quando se ouve a palavra “ansiedade”, é comum que as expressões mudem nos rostos. Os discursos e as ideias deprimentes em relação ao assunto surgem, como se realmente nada de bom pudesse vir dela. E penso que a forma como temos olhado para esse sentir muito diz respeito a como aprendemos a significar ele.
A ansiedade é, antes de mais nada, um estado emocional natural do ser humano. Ou seja, como qualquer outra emoção, é algo comum e pertencente a todas as pessoas. É ela quem alerta e prepara o corpo em situações de possível perigo. Sendo assim, é indispensável que tenhamos ela para nos locomover no mundo.
O que temos feito da ansiedade?
Com os avanços tecnológicos nos vemos cada vez mais apressados em relação a vida e ao futuro. Dessa forma, é comum passarmos horas na frente de telas, se entretendo e estando conectados com essa nova forma de se relacionar: o mundo digital. Sem dúvidas, esses avanços nos possibilitaram muitas coisas diferentes, desde conversar com pessoas distantes até a resolver problemas rapidamente com uma simples pesquisa no Google. Entretanto, o que me parece a primeiro instante é que não percebemos ainda o quanto essas mudanças influenciaram a nossa forma de se relacionar com o mundo e as coisas. Ou até tenhamos percebido, mas não entendido ainda o peso dessa influência em nós.
Queremos desesperadamente resultados rápidos e eficazes em todas as áreas da nossa vida. Assim como, facilmente nos deprimimos quando algo foge do nosso controle e nós realmente nos flagelamos quando não alcançamos os níveis de pessoas influentes nas mídias sociais. Sem perceber, enxertamos uma dose tão grande de exigências sobre nós mesmos, que não alcançar o desejado, não ser o mais rápido, não saber de tudo é estar em perigo. Um perigo constante e psicológico. E se estamos em uma situação de possível perigo, a ansiedade surge RAPIDAMENTE como um alerta gritando: “CUIDADO, É PERIGOSO!”. Ela vem como um sinal protetivo do corpo.
Qual é o problema?
Primeiramente, destaco que o problema não poderia ser algo que é natural do ser humano como a ansiedade, que é sua forma de se expressar nas situações em que se percebe um perigo. Ele também não é um aspecto específico de nossas vidas. Muitas das vezes não tem rosto, forma ou nome. Quando nós mergulhamos na busca de conhecimento próprio, você percebe que o maior problema é não ter iniciado essa busca antes.
Por isso, precisamos entender 3 coisas sobre a ansiedade:
- você tem ansiedade: todos temos, e ela pode diminuir ou aumentar de acordos com as situações vivenciadas e seus contextos.
- Ela pode ter picos e prejudicar seu estado emocional: mas isso não significa que você é uma pessoa ansiosa. Reduzir quem você é a um mero estado emocional é perder toda a infinidade de suas possibilidades de ser.
- O diálogo cura: através da psicoterapia podemos conhecer e ampliar os recursos de enfrentamento para lidar com situações que lhe promovem ansiedade, gerando mais bem estar emocional.
Espero que esse conteúdo tenha lhe ajudado. Vamos dialogar?
- Autor
- Nome
- Vanessa Mattos
- Psicóloga Clínica - CRP 12/19336