Faço uso de medicação para a ansiedade, mas ela não passa!

Faço uso de medicação para a ansiedade, mas ela não passa!

Muitas pessoas que vivenciam a ansiedade mais intensa em suas vidas buscam diferentes formas para regular esse sentimento. E uma das formas mundialmente conhecidas é o uso de medicação para a ansiedade. Infelizmente, com a popularização dos remédios, surgiu a crença de que esse era o caminho mais eficaz. E principalmente, com a busca por soluções rápidas, os remédios se destacaram.

Entretanto, antes de considerarmos o uso de remédios precisamos avaliar alguns fatores, pois a medicação não é indicada para todas as pessoas. Até porque essa não é a única forma de lidar com a ansiedade.

Se você chegou até esse post, provavelmente já faz uso de medicação e talvez até já veja benefícios. Mas também deve estar se perguntando porque o remédio não tem suprido tudo o que você necessita e porque você ainda sente a ansiedade.

Falsas promessas

Precisamos estar atentos para as falsas promessas nas quais acreditamos. Medicações podem ser ótimos auxiliadores de um processo psicoterapêutico, mas fazer uso sem um acompanhamento pode ser ainda mais prejudicial. Mexer com questões químicas, hormonais e sensoriais do corpo humano sempre foi assunto que demandou cuidado.

Por isso, converse com médicos, psiquiatras e psicólogos. Assim como, busque pessoas da sua confiança para conversar e se possível, leia a bula dos medicamentos indicados. Estar consciente do seu processo é também entender os efeitos de cada remédio no seu organismo.

Algumas considerações importantes sobre a medicação e a ansiedade:

1. A ansiedade não vai sumir:

Talvez você tenha acreditado que o remédio faria a ansiedade desaparecer. Mas a verdade é que a ansiedade é um sentimento válido e importante em nossas vidas. Ela possui funções essenciais para a nossa sobrevivência. E por isso, é um sentimento que nós não temos poder para fazer desaparecer por completo.

E eu lhe garanto que se você retirasse toda a ansiedade da sua vida, certamente você estaria vivendo muitos outros problemas. Isso pois, é a ansiedade que nos alerta de possíveis perigos e nos mantem preparados para a fuga.

Mas calma, isso não significa que você precisa conviver com crises e picos de ansiedade sempre. Nós podemos sim, aprender a lidar com a ansiedade. Inclusive, podemos também regular sua intensidade, tornar ela saudável e evitar crises.

2. Medicação não cura:

Toda e qualquer medicação serve como um ajudante do processo. O remédio por si só não tem poder para mudar emoções, resolver problemas ou conflitos. E como um ajudante, a medicação funciona nos dando alívio momentâneo de sintomas físicos e psicológicos para que possamos trabalhar as emoções com mais racionalidade e leveza.

Isso não significa que a medicação não seja importante. Em alguns casos ela é o um dos principais ajudantes. Mas sempre será associada com outros recursos. O objetivo de se ter vários recursos é ampliar seu leque de possibilidades para lidar com a ansiedade.

3. Nada muda se não mudarmos:

Fazer uso da medicação para a ansiedade e continuar vivendo da mesma forma não vai ajudar. A medicação pode até diminuir algumas sensações físicas, mas as causas da sua ansiedade excessiva não estará sendo tratada.

Nossas emoções possuem gatilhos e histórias. E precisamos conhecer esses gatilhos para melhorarmos nossa relação com cada emoção. Assim como, precisamos estar conscientes dessas histórias para entender como nos tornamos quem somos hoje.

Nossas emoções precisam ser sentidas. Nós não podemos abafar elas. Essa ação só nos afastará ainda mais de entender o que estamos vivendo.

O bem-estar envolve ações biopsicossociais. Ou seja, precisamos alinhar o biológico, o psicológico e também o social. E isso inclui pensar temas como alimentação, emoções, exercícios físicos, relacionamentos saudáveis, acolhimento, escuta, ressignificação e muito mais.

Espero que esse conteúdo tenha lhe ajudado!

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